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O Banco Central anunciou novas regras para o Pix, exigindo que instituições financeiras garantam que os titulares das chaves estejam em conformidade com a Receita Federal. A medida visa coibir fraudes e aumentar a segurança do sistema, mas também levanta dúvidas entre empresários e advogados sobre os impactos para pessoas jurídicas e físicas.

Afinal, quais são os riscos para empresas com CNPJ irregular? Como evitar problemas com a exclusão de chaves Pix? Neste artigo, explicamos os principais pontos da nova regulamentação e como empresários podem se adequar para evitar transtornos.

O que muda com a nova regra?

A partir da decisão do Banco Central, instituições financeiras devem verificar se os dados do titular da chave Pix (CPF ou CNPJ) estão regulares na base da Receita Federal. Caso haja inconsistências, a chave pode ser excluída do sistema.

As situações que podem levar à exclusão incluem:
• CPF irregular (suspenso, cancelado, nulo ou de pessoa falecida).
• CNPJ irregular (suspenso, inapto, baixado ou nulo).

No entanto, a medida não está relacionada à situação fiscal da empresa ou pessoa física. Ou seja, débitos tributários ou inadimplência fiscal não impedem o uso do Pix, desde que o cadastro esteja regular.

Para empresários, especialmente aqueles que utilizam o Pix para receber pagamentos de clientes, essa mudança pode representar desafios operacionais caso o CNPJ esteja com pendências cadastrais. Alguns impactos diretos incluem:
• Interrupção nas transações: caso a chave Pix seja excluída, a empresa pode perder um meio de recebimento importante.
• Dificuldades em reativar a chave: se o CNPJ for considerado inapto, pode ser necessário regularizar a situação junto à Receita Federal antes de registrar uma nova chave.
• Aumento da burocracia bancária: bancos podem exigir mais documentos para permitir o uso do Pix em determinadas situações.

Como evitar problemas?

Para evitar a exclusão de chaves Pix e manter a operação da empresa sem interrupções, algumas medidas preventivas são recomendadas:
1. Regularize seu CNPJ: consulte a situação cadastral da empresa no site da Receita Federal e resolva eventuais pendências.
2. Atualize os dados bancários: garanta que as informações vinculadas ao Pix estejam corretas e correspondam às da Receita.
3. Acompanhe comunicados dos bancos: fique atento a notificações de instituições financeiras sobre possíveis irregularidades.
4. Evite cadastrar chaves em CPFs de terceiros: todas as chaves devem estar vinculadas ao CPF ou CNPJ correto para evitar bloqueios.

A nova regra do Banco Central fortalece a segurança do Pix, reduzindo riscos de fraudes. No entanto, para empresas, é fundamental garantir que o CNPJ esteja regular para evitar problemas na utilização do sistema. Se sua empresa depende do Pix para transações, consulte um contador ou advogado especializado para garantir a conformidade cadastral e evitar bloqueios desnecessários.

Por outro lado, surge novamente a dúvida: o governo pretende a segurança ou um controle excessivo?

A nova medida do Banco Central reforça a segurança do Pix e busca combater fraudes, o que é, sem dúvida, positivo. No entanto, ela também levanta questionamentos sobre até que ponto o governo deve intervir no funcionamento das transações financeiras privadas.

Embora a justificativa seja evitar o uso do Pix por CPFs e CNPJs fraudulentos, há um risco de que essa exigência abra caminho para um controle cada vez maior sobre operações financeiras legítimas. Hoje, a exclusão das chaves se limita a cadastros irregulares, mas amanhã pode haver critérios ainda mais restritivos, impactando empresas e cidadãos sem que haja qualquer envolvimento com fraudes.

Além disso, ao transferir a responsabilidade de verificação para bancos e instituições financeiras, o Banco Central impõe mais uma obrigação burocrática às empresas, que precisarão se preocupar ainda mais com sua regularidade cadastral para evitar bloqueios inesperados.

O combate a fraudes é essencial, mas a linha entre segurança e controle excessivo é tênue. Empresários e advogados devem ficar atentos às próximas regulamentações, pois mudanças como essa podem ser apenas o primeiro passo para uma supervisão ainda mais rigorosa sobre transações financeiras no Brasil.



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